" ...
-- O amor?
Olhei-a e disse a mim mesmo que estava apaixonado por ela, e que seu boche era um talismã apanhado aleatoriamente. Disse a mim mesmo que ela era uma princesa e eu um filho de uma escrava.
-- Sim, senhora.
-- Você entende essa loucura?
Eu não tinha consciência de coisa alguma na sala, exceto Ceinwyn. A princesa Helledd, o príncipe adormecido, Galahad, as tias, a harpista, nenhum deles existia pra mim, assim como os tecidos pendurados na parede, ou os suportes de bronze das laparinas. Só tinha consciência dos olhos grandes e tristes de Ceinwyn e de meu coração batendo.
-- Entendo que é possivel olhar nos olhos de alguem -- ouvi-me dizendo -- e de súbito saber que a vida será impossivel sem eles. Saber que a voz da pessoa pode fazer seu coração falhar, e que a companhia dessa pessoa é tudo que sua felicidade pode desejar, e que a ausência dela deixará sua alma solitária, desolada e perdida.
Ela ficou quieta durante um tempo, apenas me olhando com uma expressão ligeiramente perplexa.
-- Isso já lhe aconteceu, Lord Derfel? -- perguntou enfim.
Hesitei. Sabia quais eram as palavras que minha alma queria dizer, e sabia as palavras que minha posiçãodeveria me fazer dizer, mas então disse a mim mesmo que um guerreiro não florescia com a timidez, e deixei que a alma governasse minha lingua.
-- Nunca aconteceu até esse momento, senhora. -- Foi mais necessario coragem para fazer essa declaração do que eu jamais necessitara para romper uma parede de escudos.
Ela imediatamente olhou para o outro lado e se sentou impertigada. Eu me xinguei por tê-la ofendido com minha estupida falta de jeito. Permaneci recostado no divã, com o rosto vermelho e com a alma doendo de embaraço enquanto Ceinwyn aplaudia a harpista jogando algumas moedas de prata no tapete ao lado do instrumento. Ela pediu que fosse tocada a Canção de Thiannon.
-- Pensei que você não estava escutando, Ceinwyn -- provocou uma das tias.
-- Estou, Tonwyn, estou, e estou sentindo grande prazer em tudo que ouço -- disse Ceinwyn e de subito me senti como um homem se sente quando uma parede de escudos desmorona. Só que não ousei confiar nas palavras. Queria; não ousava. O amor é uma loucura, balançando do extase para o desespero num segundo insano.
..."
-- O amor?
Olhei-a e disse a mim mesmo que estava apaixonado por ela, e que seu boche era um talismã apanhado aleatoriamente. Disse a mim mesmo que ela era uma princesa e eu um filho de uma escrava.
-- Sim, senhora.
-- Você entende essa loucura?
Eu não tinha consciência de coisa alguma na sala, exceto Ceinwyn. A princesa Helledd, o príncipe adormecido, Galahad, as tias, a harpista, nenhum deles existia pra mim, assim como os tecidos pendurados na parede, ou os suportes de bronze das laparinas. Só tinha consciência dos olhos grandes e tristes de Ceinwyn e de meu coração batendo.
-- Entendo que é possivel olhar nos olhos de alguem -- ouvi-me dizendo -- e de súbito saber que a vida será impossivel sem eles. Saber que a voz da pessoa pode fazer seu coração falhar, e que a companhia dessa pessoa é tudo que sua felicidade pode desejar, e que a ausência dela deixará sua alma solitária, desolada e perdida.
Ela ficou quieta durante um tempo, apenas me olhando com uma expressão ligeiramente perplexa.
-- Isso já lhe aconteceu, Lord Derfel? -- perguntou enfim.
Hesitei. Sabia quais eram as palavras que minha alma queria dizer, e sabia as palavras que minha posiçãodeveria me fazer dizer, mas então disse a mim mesmo que um guerreiro não florescia com a timidez, e deixei que a alma governasse minha lingua.
-- Nunca aconteceu até esse momento, senhora. -- Foi mais necessario coragem para fazer essa declaração do que eu jamais necessitara para romper uma parede de escudos.
Ela imediatamente olhou para o outro lado e se sentou impertigada. Eu me xinguei por tê-la ofendido com minha estupida falta de jeito. Permaneci recostado no divã, com o rosto vermelho e com a alma doendo de embaraço enquanto Ceinwyn aplaudia a harpista jogando algumas moedas de prata no tapete ao lado do instrumento. Ela pediu que fosse tocada a Canção de Thiannon.
-- Pensei que você não estava escutando, Ceinwyn -- provocou uma das tias.
-- Estou, Tonwyn, estou, e estou sentindo grande prazer em tudo que ouço -- disse Ceinwyn e de subito me senti como um homem se sente quando uma parede de escudos desmorona. Só que não ousei confiar nas palavras. Queria; não ousava. O amor é uma loucura, balançando do extase para o desespero num segundo insano.
..."
O Rei do Inverno, Bernard Cornwel
È impressionante como o destino conspira para convergir todos os nossos sentidos para o que é importante nesses momentos.
Eu já havia lido esse livro antes, e apesar de achar bonito este trecho, não lhe dei a devida importancia.
Mas agora, essas frases se tornaram as mais importantes do livro.
Será por que?!
Ou melhor:
De quem é a culpa Carol???????????
Rsrsrsrsrs
E com certeza recomendo a leitura, não só desse livro, mas de toda a trilogia que envolve a historia.
Bernard Cornwell arrebenta!
Eu já havia lido esse livro antes, e apesar de achar bonito este trecho, não lhe dei a devida importancia.
Mas agora, essas frases se tornaram as mais importantes do livro.
Será por que?!
Ou melhor:
De quem é a culpa Carol???????????
Rsrsrsrsrs
E com certeza recomendo a leitura, não só desse livro, mas de toda a trilogia que envolve a historia.
Bernard Cornwell arrebenta!
Um comentário:
Lindo trecho do livro.!!
Eh.. eu to curiosa, sabia?!
Deu quem é a culpa?!!
=PP
Adoro
=*
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